Quando as palavras não são a ponte mas o muro entre nós

Quando as palavras não são a ponte ... mas o muro entre nós...
Sem explicação torna-se o sentir quando estamos juntos mas sós.
Confusa é a percepção de estar aqui e ter de usar a voz.
Quero penetrar ardentemente em tudo, despir-me da separação.
Toda esta vida cheia é vazio cheio de ilusão.
Quando sinto tudo.
E não sei nada.
Reinventado esta oração...
Perco-me de mim e não percebo onde está o eu que toma a opção.
Tudo se dissolve e perde as fronteiras e a razão.
Continuamos separados pelas vidas e percepções.
Estamos amordaçados pelas palavras, pela nossa linguagem, pelas relações.
Presos para sempre no presente de cada momento.
Como posso sentir paz e tanto tormento?
mas..
QUERO COMUNICAR!
QUERO COMUNICAR! C O M U M N I C A R e beber do comum mar
UNIR!
Que tudo se una agora se for para ai que corre o existir!
Só na casa da dúvida eminente posso residir.
Nem sei se sei que nada sei.
Relativizo tudo porque a verdade não me deixa fugir.
Este mundo é cheio, mas tudo junto é vazio.
Juntas tudo e tens nada. Será só um desvario?
Tudo é o mesmo,
porque os opostos brincam e dançam em segredo,
manifestando-se em mil infinitas cores que se desenrolam no momento.
Complica-se, diversifica-se, especifica-se... quando se vive no tempo,
torna-se confuso porque tudo parece ser tanto..
Porquê que arrumamos a vida conceito a conceito?
Porque parece haver separação e forma-se preconceito?
Toda esta diversidade pode criar muita ansiedade
e é mais confusa para quem leva a vida na cidade.
Ajuda-me a aceitar a separação entre a multiplicidade!
A informação constrói um degrade de conceitos e tudo se anula na unidade.
Quero exprimir mas não sinto a capacidade,
e a confusão cria nós,
quando as palavras não são a ponte mas o muro entre nós.

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