O Sonho dos Jardineiros de Ideias


Era uma vez quatro jardineiros de ideias ( a Sara, a Patrícia, o José e a Ornella). Eles tinham nas suas mãos uma delicada e bela semente de uma ideia para um projeto que os fazia sonhar com dias ainda melhores para eles e para outros.
Na semente da ideia viam o potencial de uma grande árvore que pudesse vir a dar sombra às pessoas, abrigando-as do sol caótico. Uma grande árvore com fortes raízes de valores que se mantivesse sempre firme aos seus objetivos de harmonizar seres humanos e de recuperar e preservar a natureza selvagem. Uma árvore que pudesse, através da boa organização dos seus inúmeros ramos, inspirar uma organização mais consciente dos ramos das outras árvores (organizações) deste jardim desfeito a que chamamos Planeta Terra. Uma árvore que, sonhada, só pode ter como destino crescer e crescer até envolver e penetrar o próprio sol.
Certo belo dia, a jardineira Patrícia ouviu falar de uma terra muito boa para crescer sementes chamada coopjovem. Rapidamente alertou os outros jardineiros sobre a possibilidade de lá colocarem a sua semente. Após a avaliação e análise das condições da terra e do clima envolvente os jardineiros concluíram que seria o sítio perfeito para colocarem a semente que juntos transportavam.
Após alguns meses de espera estavam reunidas as condições climatéricas para colocar a semente (ideia) na terra (coopjovem). Nessa altura encontraram nessa mesma terra algumas ferramentas indispensáveis. Entre elas o regador (formação) que transportava a água do conhecimento que usaram para regar a semente que já fecundava a terra. Repararam que o terreno tinha algumas pedras que poderiam tornar a germinação mais complicada para a pequena semente mas logo viram que de facto as pedras podiam ser úteis para arejar a terra.
Assim a semente da ideia brotou num jovem e ingénuo caule de cultura e em cinco raízes de valores que agora o alimentavam: a integridade, a sustentabilidade, a liberdade, a cooperação e a transparência, estas eram a base forte da árvore que juntos cultivaram e que se comprometeram a cuidar juntos.
O pequeno caule, ainda bem verdinho, crescia e crescia… Começava agora a ramificar-se em três ramos principais de intervenção: a ecologia, o auto-conhecimentoe a arte. Destes três ramos principais, por sua vez, partiam muitos outros pequenos raminhos dos quais nasciam os serviços que a jovem árvore sonhava um dia vir a prestar à comunidade do ecossistema envolvente.
Os jardineiros de ideias sabiam que para tal sonho ser alcançado teriam de ser pacientes, observadores e atentos. Sonhavam com o dia em que cada ramo de cada serviço desse as suas flores, sonhavam que a beleza dessas flores pudesse tornar a árvore apelativa para todos os habitantes do bosque, atraindo entre eles as abelhas polinizadoras que espalhariam a essência da ideia por campos distantes. As flores constituem uma forma orgânica e harmoniosa que inspirava os jardineiros a colaborar uns com os outros, todos voltados para o mesmo centro e abertos a todas as direções, tal como as pétalas se dispõem no espaço.
Seguindo a ordem natural das coisas, algumas dessas flores poderiam mais tarde vir a originar bons e sumarentos frutos. Como seria de esperar, os jardineiros de ideias também sonhavam com o dia em que a jovem árvore que cultivaram viesse a dar os seus frutos. Para que esses frutos pudessem vir a ser saborosos e ricos os jardineiros teriam de trabalhar juntos e nunca desistir da sua árvore.
Os jardineiros sabiam que os frutos e as flores da árvore podiam vir a dar novas sementes de ideias. Se o vento e as circunstâncias climáticas forem favoráveis é certo que essas sementes se poderiam vir a espalhar por todo o campo, cobrindo a paisagem com novos projetos.
Os quatro amigos já tinham observado bastante a terra e experimentado algumas das ferramentas que foram encontrando no caminho. Sabiam que o ecossistema que os rodeava estava cheio de vida e movimento. Entre a biodiversidade que foram captando repararam que tinham ao seu dispor muitos fatores favoráveis mas também viram que iriam ter de enfrentar alguns obstáculos. Viram joaninhas que, como é certo e sabido, são boas amigas de todos os jardineiros por se alimentarem dos parasitas que bebem a seiva das plantas. Avistaram uma coruja (símbolo da sabedoria) que possivelmente estaria convidado a habitar na futura árvore. Também encontraram caracóis (impostos) que queriam comer parte das folhas da jovem árvore.
Estes jardineiros sabem que todos estes seres fazem parte do ecossistema e querem entrar em simbiose com o meio, por isso, têm de saber lidar com todas as circunstâncias e aprender a aceitar estas e outras criaturas do bosque que os podem vir a ajudar ou dificultar na concretização do seu sonho.

Comentários

Mensagens populares